terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

A CHEGADA DOS NAZARENOS NA ILHA DE SANTA CATARINA

Ninguém viu, mas pouca coisa foi tão marcante na história de Florianópolis quanto a passagem da banda escocesa Nazareth em solo ilhéu neste fim de semana. E não estamos nos referindo ao show desta sexta-feira passada no Stage Music Park - performance da melhor idade por aqui já é rotina. Os caras se sentem tão confortáveis em SC que há quatro chegaram a posar para a foto de capa do álbum The Newz com um exemplar do Diário Catarinense na mão.

Mas afinal o que houve de tão especial? É que por algum mal-entendido, a alta cúpula catolicista da Capital ficou sabendo por cima sobre a chegada dos "nazarenos" na Ilha. A notícia se espalhou como telefone sem fio nos túneis secretos que ligam o Colégio Catarinense, o extinto Colégio Coração de Jesus e a Catedral Metropolitana de Florianópolis. Do coroinha ao bispo só se ouvia "eles estão chegando, os nazarenos! Preparem tudo! É a profecia!".

A notícia chegou ao presidente do Vaticano (um pequeno país dentro da Itália) que recebeu a informação do chefe da Casa Civil com muita desconfiança:

- Ó, eles tão pra vir
- Tu diz? Mas o Cara lá de cima não mandou sinais
- A fonte é quente. Tão no Brasil
- Boa! Deve ser para catequizar mais índio. Monta o cortejo e encomenda salgadinho - para mim, no caso


"Tu diz?" - O Papa não botou fé na notícia


Pouca gente reparou que ao meio-dia de sexta-feira, dia 10 de fevereiro, o sino virtual da Catedral Metropolitana (que roda digitalmente por mp3) badalou precisamente doze vezes e meia. E meia?! Sim, meia badalada a mais ao meio-dia é o código apostólico-romano internacional para a chegada de alguém muito importante, de uma notícia bombástica ou de uma profecia concretizada. Em determinadas regiões pode significar que a corda do sino está um pouco frouxa, precisando de ajustes.

E com a benção do Papa os nazarenos foram recebidos no aeroporto Hercílio Luz, transportados em carreata ao som do Padre Fábio de Melo rumo Centro da cidade, onde lideraram uma procissão de baixo orçamento montada às pressas.


(clique na imagem para ver melhor e acreditar, São Tomé)
O vocalista Dan McCafferty e os músicos Pete Agnew, Lee Agnew e Jimmy Murrison (não sei se nessa ordem) meio que sem saber o que rolava encararam a santidade de boa e lideraram o desfile


Após abençoarem as Ruínas Públicas do Miramar, o Banco Redondo e o Museu do Saneamento, era chegada a hora da revelação.

- Vocês vieram para ficar? - perguntou o capelão, cheio de esperança.
- Pô... não bicho. Não é que a gente não goste de ser tratado como deuses aqui na terra de vocês, mas é que amanhã temos show no Paraná, campeão. Foi mal aí... - revelou  Dan.
- Não tem problema, fica para a próxima então. Ainda acho que vocês são os escolhidos - concluiu o capelão com desapontamento nos olhos ao encerrar as festividades.

Bom, é isso. Rock e religião nunca andaram tão juntos. Quem diz que o Diabo é o pai do Rock é porque não conhece a banda escocesa Nazareth - e nem a passagem relâmpago deles em Florianópolis.

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Um comentário:

  1. O Nazaré já ultrapassou o Deep Purple em quantidade de apresentações realizadas em Florianópolis, logo em seguida estão: Os Chefes, Quarteto Banho de Lua e Tangos e Tragédias.

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